E como estamos falando a respeito de uma reflexão, avisamos, faça quem quiser, quem se sentir convocado.
Não precisamos que ninguém valide ou invalide o que pensamos, porque o pensamento é nosso, e somos responsáveis por ele.
O que propomos é, tão só, pensar criteriosamente sobre este minuto da nossa história comum.
Imagem Ilustrativa |
Não é diferente no que se refere à oferta de transporte dito público, que na verdade, é empresarial, portanto, privado. A bicicleta é a solução.
O transporte dito público, no país, é negreiro.
Mal conseguimos sair do ponto A e chegar ao ponto B, sadios, sem ser estuprados e com nossos pertences nos bolsos.
O trabalhador, aquele que representa quase 70% da força de trabalho do país, têm pago a conta em todas as dimensões, já que é sobre ele que recai, por exemplo, os resultados da escolha por um sistema rodoviarista que não faz a logística encontrar lógica plausível. A bicicleta é a solução.
Por exemplo, trabalhar com o estoque na estrada é um assumir o risco de colapso, seja dos serviços básicos de saúde, alimentação e educação.
Será que não conseguimos entender que, além de privados dos nossos pretensos luxos, estamos privados de uma série de condições que, de igual forma, nos privam da cidadania e de sermos respeitados enquanto povo?
Como vemos há mais de quinze anos, o contingente de usuários de bicicleta no país cresce a cada semana, vertiginosamente, muito mais por necessidade do que por modismo. Não é o hábito que faz o monge, é a necessidade. E nossas escolhas estão sendo determinadas pela nossa urgência. Se há modismo, é de uma minoria privilegiada. Estamos falando de quase 80 milhões de usuários diários de bicicletas que têm, nelas, a sua única forma de ir ao trabalho ou à escola porquanto, além de caro, o transporte dito público não os atende qualitativamente. A bicicleta é a solução.
Se não temos as mínimas condições de vida, como é que acham possível encher as bocas para falar de qualidade de vida?
A bicicleta poderia ser a solução, e a escolha coletiva por ela determinaria uma nova ordem social que atingiria em cheio, não só a oferta de estruturas cicloviárias e o trânsito, mas o modo vigente de se pensar abastecimento de centros urbanos, por exemplo.
Não vamos dar a cartilha, porque já o fazem os institutos como a renomada Transporte Ativo, ITDP e LabMob, por exemplo.
O modelo autocrata, no mundo inteiro, está sofrendo baixas, basta olhar ao redor.
É uma situação de guerra, se ainda não nos demos conta.
Se faz necessário uma mudança não violenta de paradigma, e a bicicleta é a solução, grave bem esta frase.
Temos, enquanto civilização, uma mania recorrente de apenas valorizar as coisas quando elas nos faltam.
Só damos valor à saúde quando ela nos falta; só damos valor ao ir e vir quando ele é bloqueado pela imobilidade das cidades ou pela lentidão dos “governos”.
A bicicleta é a solução. Ou quer que desenhe?
Por Therbio Felipe M. Cezar
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