Ciclistas fizeram sábado (7 de janeiro) uma doação de livros para o Bicicloteca, que distribui livros para pessoas em situação de rua na capital paulista. Após a arrecadação na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, os ativistas pedalaram até a Praça do Patriarca, próximo à prefeitura, onde entregaram os livros ao projeto. Foram arrecadados cerca de 100 títulos.
Robson Mendonça, presidente e fundador do Movimento Estadual de População em Situação de Rua, é responsável pela Bicicloteca. Ele conta que a ideia surgiu da sua própria experiência como morador de rua, durante um período de seis anos. “A maior dificuldade que tinha era conseguir um livro para ler. Quando entrava na biblioteca, o pessoal se levantava e não queria ficar perto de um morador de rua. Eu não podia retirar o livro para ler porque precisava de um comprovante de residência. Eu criei uma biblioteca que não precisasse de burocracia para ter direito ao livro”, disse.
No projeto, Robson usa uma bicicleta comum baú para levar os livros aos diferentes pontos do centro de São Paulo, funcionando como uma biblioteca itinerante. O objetivo é proporcionar inclusão social por meio da leitura. Desde 2010, mais de 100 mil livros foram emprestados. Desse total, 99 mil foram devolvidos.
“O nosso intuito não é a devolução do livro, apesar de nós termos uma devolução muito maior que as bibliotecas convencionais. Queremos que o livro circule. Quando terminar de ler falamos que, se tiver outra pessoa interessada, você passa para outra pessoa”, conta Robson. “A população de rua diz para mim que não vai ficar com o livro porque vai chover, vai estragar, então devolve para outro poder ler”, diz ele.
Denis Meireles de Carvalho, 36 anos, deixou as ruas há 4 dias. Ele foi ajudado por Robson, após permanecer por 1 ano como morador de rua, embaixo do viaduto da Praça da Bandeira. “Foi por causa do álcool, festa e falta de responsabilidade. Eu perdi o emprego, não tive como pagar aluguel. Sou órfão, vim do Rio de Janeiro em busca de trabalho como pizzaiolo”, lembra ele.
Agora, Denis quer voltar ao mercado de trabalho e manter o novo hábito da leitura. “Através do seu Robson, estou começando a me interessar por leitura de teatro, estou lendo roteiros. Eu me interessei por teatro, porque sempre quis atuar”, disse.
O cicloativista Alex Gomes Peixoto, de 37 anos, professor de história da arte, fez uma doação hoje de sete livros e dois conjuntos de cartões postais. “Às vezes, isto fica encostado em casa. Aqui, coloco para circular, para as pessoas lerem, especialmente as pessoas em condições de rua, que não conseguem ter o acesso às bibliotecas. A gente sabe dos vários bloqueios que existem nesses locais”, disse.
A Bicicloteca está a cada dia da semana em um ponto do centro, onde doações são aceitas e os moradores de rua podem retirar os livros. A programação é: segunda-feira na Praça da Sé, terça-feira na Praça do Patriarca, quarta-feira na Rua Barão de Itapetininga, quinta-feira na Praça da República e sexta-feira em Santa Cecília. As doações podem ser entregues também na Rua José Bonifácio, número 395, loja 10, na Sé. Mais informações pelo telefone: (11) 94833-7093.
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
Edição: Valéria Aguiar
Morador de rua retira livro da Bicicloteca em São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil |
Robson Mendonça, presidente e fundador do Movimento Estadual de População em Situação de Rua, é responsável pela Bicicloteca. Ele conta que a ideia surgiu da sua própria experiência como morador de rua, durante um período de seis anos. “A maior dificuldade que tinha era conseguir um livro para ler. Quando entrava na biblioteca, o pessoal se levantava e não queria ficar perto de um morador de rua. Eu não podia retirar o livro para ler porque precisava de um comprovante de residência. Eu criei uma biblioteca que não precisasse de burocracia para ter direito ao livro”, disse.
No projeto, Robson usa uma bicicleta comum baú para levar os livros aos diferentes pontos do centro de São Paulo, funcionando como uma biblioteca itinerante. O objetivo é proporcionar inclusão social por meio da leitura. Desde 2010, mais de 100 mil livros foram emprestados. Desse total, 99 mil foram devolvidos.
Robson Mendonça, do Movimento Estadual de População em Situação de Rua, recebe doações de livros para a Bicicloteca. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil |
“O nosso intuito não é a devolução do livro, apesar de nós termos uma devolução muito maior que as bibliotecas convencionais. Queremos que o livro circule. Quando terminar de ler falamos que, se tiver outra pessoa interessada, você passa para outra pessoa”, conta Robson. “A população de rua diz para mim que não vai ficar com o livro porque vai chover, vai estragar, então devolve para outro poder ler”, diz ele.
Denis Meireles de Carvalho, 36 anos, deixou as ruas há 4 dias. Ele foi ajudado por Robson, após permanecer por 1 ano como morador de rua, embaixo do viaduto da Praça da Bandeira. “Foi por causa do álcool, festa e falta de responsabilidade. Eu perdi o emprego, não tive como pagar aluguel. Sou órfão, vim do Rio de Janeiro em busca de trabalho como pizzaiolo”, lembra ele.
Agora, Denis quer voltar ao mercado de trabalho e manter o novo hábito da leitura. “Através do seu Robson, estou começando a me interessar por leitura de teatro, estou lendo roteiros. Eu me interessei por teatro, porque sempre quis atuar”, disse.
O cicloativista Alex Gomes Peixoto, de 37 anos, professor de história da arte, fez uma doação hoje de sete livros e dois conjuntos de cartões postais. “Às vezes, isto fica encostado em casa. Aqui, coloco para circular, para as pessoas lerem, especialmente as pessoas em condições de rua, que não conseguem ter o acesso às bibliotecas. A gente sabe dos vários bloqueios que existem nesses locais”, disse.
A Bicicloteca está a cada dia da semana em um ponto do centro, onde doações são aceitas e os moradores de rua podem retirar os livros. A programação é: segunda-feira na Praça da Sé, terça-feira na Praça do Patriarca, quarta-feira na Rua Barão de Itapetininga, quinta-feira na Praça da República e sexta-feira em Santa Cecília. As doações podem ser entregues também na Rua José Bonifácio, número 395, loja 10, na Sé. Mais informações pelo telefone: (11) 94833-7093.
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
Edição: Valéria Aguiar
0 comentários:
Postar um comentário